Muitas pessoas me perguntam como foi que eu comecei a gostar de música, em quem eu me inspirei, como foi que eu tive acesso a todo este universo... A verdade gente é que Deus já tinha determinado isso... Basta ver a minha família; Meu pai e minha mãe são grandes carnavalescos, sempre gostaram de carnaval e fizeram por muitos anos, como fazem até hoje, parte do bloco dos Índios, tenho tios que tocam meu tio Dedé tocava bateria, meu tio Lourinho ,muitos conhecem ,foi, na época dele, um grande baterista e o meu tio Carlão tocava guitarra e violão...
Mas voltemos a mim e a minha infância, onde tudo começou! Meus brinquedos sempre foram algo relativo á música. Mas o primeiro brinquedo que ganhei do meu pai, foi uma guitarrinha de madeira, passava horas tocando nela e com ela fizemos a nossa primeira bandinha lá no fundo do quintal da casa do meu amigo Átila. Era muito engraçado, pois cada menino tinha o seu "instrumento" aqueles que não tinham faziam na improvisação o seu. Eu tinha já a minha guitarra, na mesma época o meu primo Franklin tinha ganhado também um cavaquinho muito parecido com um de verdade, o André cantava e tinha uma flauta doce, o Átila que tocava bateria montou a sua "Personal Drums", ou seja, uma bateria com seu jeito, então eram baldes de tinta como tons, lata de lixo como pedal, pedaços de zinco como pratos, tambor da sucam como surdo e etc... Sem contar que a galerinha que tocava percussão tinha sua percussa feita com tambores de gasolina, de óleos de motor de carro e corriam atrás de umas cabras que andavam soltas na rua para tirar o chocalho para fazer Cowbel para tocarem e ainda faziam carrilhão com uns pedaços de antena de televisão amarrados num pedaço de madeira com nylon... Quando a gente se juntava só não fazia chover por que as nuvens eram muito altas para a gente... Chegávamos a tocar uma manhã inteira, só parávamos para almoçar e porque nossas mães vinham nos buscar na base do grito ou da chinela...
Nossa maior felicidade era ver uma casa em construção, porque aí nós subíamos em cima daquelas pilhas de tijolos e fazíamos de conta que estávamos tocando em cima de um trio elétrico na Rua Grande e víamos a multidão seguindo a gente, sonho esse que era desfeito principalmente quando o dono da casa dava aquele grito: - Desçam daí seus moleques, vão quebrar meus tijolos! Aí nessa hora voltávamos para o nosso mundo real e eram pernas para que te quero...
É minha gente, esse era o nosso Aracati por volta de 1989 e 1990! Tive dois grandes sonhos da minha infância; Ser lutador de Karatê e músico. Demorou muito eu convencer meu pai a me deixar praticar Karatê, quase em frente a nossa casa havia uma escola karateka que funcionava numa garagem da família Pinheiro, atrás do grande casarão da Rua Grande, no dia em que fui decidido a me matricular ela fechou. Percebi não só por isso, mas por outras vezes que tentei outras coisas, que eu perseguia a música e ela me perseguia. Mas como músico na infância eram dois outros grandes sonhos:
1- Tocar no carnaval de Aracati. Esse sempre foi meu maior sonho, tocar para o meu povo, minha gente... Alegrá-los e dar o melhor de mim para a minha cidade
2- Tocar na banda Os Espaciais.
Aqui faço um comentário à parte. Os Espaciais foi a banda que mais me influenciou e deixou marcado um estilo que trago até hoje comigo. Lembro que eles ensaiavam em frente à casa da minha tia Jarina, grande era o meu fascínio por essa banda que me deixava o ensaio quase todo de boca aberta tentando entender aquilo tudo. O que falar de uma banda que já teve Aldemir Ponciano (empresário e técnico de som), Netinho (guitarrista), Gustavo Giló (contrabaixo), Paulo Roberto e Herbeth (teclados), Wellington, Tatá, Aluízio, Manoel Giló, Flavinho Zaranza como bateristas, Zuruka (percussão), Isac Fernandes, Luciano e Juscelino Sobreira e Calinhos Baliza como cantores?
Para mim ser músico era exatamente aquilo. Os Espaciais eram uma banda completa não só em termos de musicalidade ou de componentes, mas sim porque eles tocavam tudo e muito bem! Sempre encerravam as festas com um som maneiro do Pink Floyd, mas tocavam anos 60, que eram o seu carro-chefe, lambada, reggae, forró, internacional, Mamonas Assassinas, rock e etc... Isso como já havia falado me marcou profundamente, tenho até hoje essa visão que o músico para ser bom tem que beber em todas as fontes e não se bitolar a um só estilo como muitos "grupos de seresta" ou "bandas" fazem por aí, músico para mim significa versatilidade e se adequar a improvisações ou algo não planejado...
Por isso meu maior sonho sempre foi fazer parte desta banda. Costumo sempre dizer que quem espera em Deus nunca cansa e no ano de 2006, uns 17 anos depois desse meu sonho de infância, matei dois coelhos com uma paulada só! Não só entrei para essa banda, que infelizmente já não contava mais com essa formação original, mas cantei no carnaval de Aracati e graças a Deus foi um sucesso! Meu primeiro ano na avenida e todo mundo tinha gostado de mim cantando e para mim houve um prêmio maior, o Isac Fernandes, grande amigo e grande cantor da formação original, chegou até a mim e me deu os parabéns e comentou que tinha gostado muito da minha apresentação, mas me deu dicas para com os elogios não relaxar e tentar sempre fazer o melhor.
Isso é um pouco da minha história, como tudo começou. Através deste blog vocês terão acesso a muitas outras informações e espero que vocês gostem. Um abração e até o próximo Post!!!
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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